Eu, Robô - Qual É O Problema?


por @AdamsDamas

Há alguns anos atrás eu escrevi um conto intitulado Memórias de Um Homem Incompleto. Nele um androide foge do lugar que foi criado e solto no mundo tenta achar um sentido para a própria vida.


Não fiz nada de mais a não ser replicar o que já está estabelecido no mundo da ficção desde que Isaac Asimov criou as três leis da robótica.

Desde então todo mundo tem criado algum tipo de robô ou um ser humano artificial para chamar de seu. Inclusive no mundo real!

E claro a TV não podia ficar de fora dessa como na verdade nunca ficou! Séries que discutem qual o impacto que a inteligência artificial pode ter em nosso modo de vida sempre houve e sempre haverá. Mesmo quando robôs autônomos e sencientes estiverem entre nós.

Duas séries que eu assisti anos atrás e me lembro ainda tratavam, ao menos, veladamente desse assunto: Super-máquina e Automan. A primeira, um computador a la J.A.R.V.I.S. dava vida e movimento a um carro turbinado e junto com Michael Knight combatiam todo tipo de vilão; a segunda, um policial, perito em computação, cria um programa que se materializa numa forma humana como um holograma para ajuda-lo a combater o crime como um legítimo herói de quadrinhos. Fizeram um tremendo sucesso na época (há uma nova versão da Super-máquina por aí em algum lugar) e os saudosistas devem se lembrar delas com carinho.

Recentemente, três séries bem bacanas discutem ou discutiram esses temas de forma bastante singular e similar também.

Almost Human infelizmente durou apenas meia temporada, no entanto, foi uma ótima novidade. No futuro, androides são mais do que uma realidade, eles estão em todos os cantos. Inclusive na segurança. Policiais são obrigados a ter um como parceiro e um recluso e problemático detetive vai ter que aprender a conviver com um deles. O interessante da série, com exceção dos androides, é que toda a tecnologia ao redor deles estará disponível para nós ou nossos filhos e netos daqui a alguns anos.

Essa mesma tecnologia é mostrada em Extant. Já falamos dela aqui outro dia: a astronauta Molly Woods volta de uma missão solo no espaço, grávida de uma forma de vida alienígena sem saber como. Seu marido é o criador por trás dos humanics com um objetivo nobre de ver uma nova espécie prosperar no planeta. Mas seus empregadores têm outros planos. E uma possível invasão extraterrestre só agrava a situação. A série era ótima e mesmo com Hale Barry a frente do elenco e Steven Speilberg como principal produtor, foi cancelada na segunda temporada.

Coisa que eu espero que não aconteça com Humans, versão inglesa da sueca Real Humans. Aqui, assim como em Almost Human, os Synth são uma realidade em todo o mundo. Uma família suburbana normal resolve comprar uma para ajudar nas tarefas domésticas e aos poucos descobrem que ela não é uma simples androide. Só pude dar uma olhada no piloto de Real Humans, mas ao que me pareceu Humans não deveu nada ao original. Destaque para a participação de William Hurt.

Bom mas será que é só por isso que estamos querendo criar robôs: melhorar a nós mesmos? Ou queremos trabalhadores que não se cansam e até certo ponto nunca vão reclamar de nada? Filmes como Eu, Robô, Blade Runner, O Homem Bicentenário e A.I. põem em pauta o tópico.


O futuro que essas séries mostram não é muito diferente do nosso presente. Se sequer respeitamos o próximo, mesmo sendo um ser humano igual a nós, sequer vamos respeitar uma outra forma de vida criada para pensarmos exatamente como pensamos. E respeito se dá em primeiro lugar.


E isso é algo inerente nas três séries. Dorian de Almost Human, Ethan de Extant e Anita e seus irmãos em Humans não querem nada mais do que ser aceitos do jeito que são. Nenhum deles sofre de qualquer complexo de Pinóquio ou o que seja. Só querem viver livres simplesmente.

Que tal usarmos então a ficção científica para o que ela foi realmente feita: para refletirmos quantas vezes forem necessárias antes que algum supercomputador faça isso pela gente.


Você pode saber um pouco mais sobre Almost Human, Extant e Humans clicando nos respectivos nomes.

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