Eu Quero Voltar Para o Futuro Também!


por @AdamsDamas

Eu estava com 10 anos em 1985. Um dos acontecimentos que ainda me lembro até hoje foi a eleição de Tancredo Neves para presidente, após o fim da ditadura. Mesmo sendo por uma eleição direta todos torciam por sua vitória com se fosse um jogo da seleção.
Todos depositaram naquele único homem as esperanças de um futuro melhor para o país. Ele deve ter levado com ele, meses após falecer de complicações cirúrgicas.

Mas 1985 ainda bombaria mais! Foi o ano do primeiro Rock In Rio o que ajudou a impulsionar grandes bandas como Legião Urbana, Paralamas, Ira! e mais algumas que sedimentaram nos ouvidos deste que vos fala a batida seca e despojada desse ritmo que, ao contrário das premunições, não vai sumir tão cedo.

O cinema também estava em alta. Foi o ano de lançamento de filmes como os Goonies, Mad Max, O Beijo da Mulher-Aranha, O Clube dos Cinco e claro, De Volta para o Futuro.


Eu não o assisti nesse ano, infelizmente... Se minha memória não falha, creio que vi dois anos depois – ou seriam três – em VHS! Isso mesmo desavisados, o tiozinho aqui é do tempo que se levava multa se não devolvia a fita bonitinha e rebobinada. Mas vamos ao filme. É uma das melhores aventuras que já fizeram até hoje sim e graças a um cara: Steven Spielberg! Com criatividade e muito talento, ele estabeleceu durante aquela época uma espécie de marca registrada. Seus filmes tinham uma cara própria, uma identidade que quem assistia já sabia na hora – esse é um filme do Spielberg!

Contudo, De volta para o futuro não era apenas um filme do diretor de Tubarão e E.T., mas de Robert Zemeckis e Bob Gale, diretor e roteirista respectivamente. Zemeckis era praticamente um pupilo de Spielberg e aprendeu tudo com o homem. O equilíbrio certo entre humor, ação e romance; bons efeitos especiais (dado à época, claro); e aquelas cenas em que o herói salva tudo e a todos no último segundo.

Fiquei com muita vontade de ver de novo depois – valia a pena! Não resisti, desculpem... E um tempinho depois, a Globo o exibiu numa das telas quentes da vida. E no intervalo, qual foi minha surpresa e a do meu irmão que assistia comigo também quando anunciaram a parte 2! No final do primeiro filme há o avido de to be continued, mas se teria realmente uma continuação era um mistério até aquele dia. Lembrem-se que não havia internet ainda – pelo menos aqui – e mesmo em De Volta para o Futuro II foi sequer prenunciado.

O tal falado 2015 deles era muito diferente do que é o nosso 2015 presente e real. Há um protótipo de um skate flutuador, mas carros voadores ainda é coisa de ficção científica; os faxes estão obsoletos há muito tempo e se não usamos lixo como combustível, ao menos existem carros elétricos. Nos Estados Unidos e Europa, que parecem sim estar a uns trinta anos na nossa frente.

O futuro não é mais como era antigamente, como diz uma música da Legião Urbana e acho que sinto um pouco de saudades disso. Não acho que o eu de 1985 se decepcionaria tanto assim com esse 2015 com internet, celulares e cinemas 3D a torto e direito, mas e se tivesse a mesma idade de Martin Mcfly, por exemplo, ou mesmo de Michael J. Fox ou a minha, a qual não citarei aqui e não perguntem! Voltar ao passado e pensar que apenas nossos objetos vão evoluir é de por qualquer um pra baixo.

Doc Brown, personagem de Christopher Lloyd, inventor da máquina do tempo, deixa a mensagem do filme – da trilogia inteira, melhor – bem clara: o futuro não está pré-determinado, podemos fazer dele o que bem quisermos.

Martin Mcfly chegará de 1985 neste próximo 21 de outubro e bem que ele podia encontrar um futuro melhorzinho, não podia não?



Mas quero insistir em ser um otimista como Doc Brown e um aventureiro como Martin e torcer por um futuro melhor. Quem sabe daqui a 30 anos... Não precisa ter skates ou carros voadores – se bem que seria duca! – só precisamos ser melhores do que somos hoje! Nós temos que ser, ou não vai ter futuro para ninguém. 

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